domingo, 18 de abril de 2010

Dilma e sua dificuldade com as mulheres...

Ela já pediu de todo jeito. Falando diretamente a seus interlocutores, como nesta semana em Porto Alegre ("Vou ter milhões de brasileiros nessa caminhada que agora têm luz iluminando suas casas, vamos ver mulheres que vão mostrar seus refrigeradores, seus fogões..."), ou no mês passado, em outro discurso ("Hoje, somos 52% da população e os outros 48% são nossos filhos").

Já tentou também através de aliados, como na fala recente do Mercadante ("Temos duas mulheres muito competentes na disputa presidencial - Dilma e Marina Silva (PV). A Dilma acompanhou o presidente em todos os projetos importantes ...") ou mesmo através de seu chefe, aquele que lhe faz sombra, o presidente Lula ("Para as mulheres não basta apenas ser a maioria numérica deste país. As mulheres querem ocupar mais espaço, participar da política...").

Mas o fato é que está difícil. O último Datafolha, do dia 17 de abril de 2010, confirma que Dilma permaneceu estável entre as mulheres, com 22% dos votos, enquanto Serra voltou a crescer e alcançou 38% entre elas.

Enquanto o PT, seus aliados e a candidata Dilma continuarem apelando, seguirão perdendo votos das mulheres. Isso por uma razão muito simples. Não se vota em uma candidata mulher apenas por ela ser do sexo feminino. Pelo contrário, é preciso esquecer esse detalhe e comparar competências. Pedir o voto das mulheres apenas por aquele motivo é rebaixá-las à constrangedora situação de inferiores, o que não são.

A maior conquista das mulheres no chamado movimento feminista foi o direito de serem vistas como iguais, e elas continuam, em sua grande maioria, querendo ser tratadas justamente assim. Como iguais. Não como melhores. Quando Dilma diz que "nós, mulheres, somos a maioria e podemos escolher quem governará esse país" não está tratando as brasileiras como iguais. O feminismo, quando cruza a linha da razão, perde o sentido e tropeça em si mesmo.


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